domingo, 16 de fevereiro de 2014

Vídeo PRF: Rolezinho de Viatura

É com imenso prazer que volto a publicar um vídeo com imagens do serviço. Não deixei de publicar por falta de ânimo, mas sim pela falta de tempo mesmo. Hoje resolvi dar uma paradinha e dedicar alguns minutos para editar e "upar" no Youtube.
Coletei uns takes feitos em operação, no serviço cotidiano, sem maiores observações especiais; alguns deslocamentos no meu trecho, outros em locais por onde passei e trabalhei em Operações... Essa é a recompensa para quem escolhe o serviço PRF: ter a chance de trabalhar/operar em muitos lugares, cada um com suas peculiaridades; conhecer pessoas novas; vivenciar situações únicas que farão a nossa história de vida... que nos renderão histórias para contar para filhos e netos.
Observem que no decorrer do vídeo, notam-se diferentes grafismos das viaturas, bem como diferença na qualidade das imagens em função da mudança de câmera. Apesar de que houve perda significativa no upload para o Youtube (do contrário ficaria impraticável o Upload e mesmo a execução por quem não tem internet rápida), o que importa é o conteúdo do vídeo. Os cenários, o céu, a geografia, o fluxo do trânsito, o corpo de motociclistas do Exército Brasileiro capitaneados por um Motociclista Batedor da PRF, enfim, são tantas coisas, tantas sensações que não dá para escrever ou colocar no vídeo.
Mais uma vez agradeço a atenção fidelidade dos leitores do Blog Dentro da Viatura.


Link direto: www.youtube.com/watch?v=9ruNQPB3s54

PRFoxxx

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

#PRF compõe escolta presidencial no Mato Grosso

A Presidente da República, Dilma Roussef, fez hoje uma visita ao município de Lucas do Rio Verde, norte do estado do Mato Grosso, para lançar a abertura da colheita da safra recorde 2013/14.
A comitiva presidencial chegou ao aeroporto do município de Sinop, polo regional do extremo norte mato-grossense, sob forte esquema de segurança. Dezenas de agentes das diferentes Forças de Segurança Pública compuseram o dispositivo operacional. A Polícia Rodoviária Federal se fez presente com agentes em viaturas táticas e motociclistas batedores para o esquema de escolta em deslocamento por meio terrestre.
Estavam presentes ainda Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Polícia Militar de Mato Grosso, Guardas Civis de Sinop e Lucas do Rio Verde, todos sob coordenação do GSI - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
A agenda da presidente não permitiu contato direto com o público; a presidente, quando de retorno a Sinop para pegar o voo com destino a Brasília, acenou para os presentes, mas não falou com a imprensa. Um grupo organizado ostentou em protesto uma faixa com os seguintes dizeres: "Dilma, vá pela BR163". O cunho do protesto teve o sentido de chamar a atenção para as péssimas condições da rodovia, que é o principal corredor de escoamento da produção agrícola do estado para as regiões sul e sudeste do Brasil, sobretudo para exportação de grãos pelos portos de Santos e Paranaguá.
A presidente seguiu de helicóptero para Lucas do Rio Verde sem entrar em embate, sobremaneira por ter evitado a imprensa local.

Foto: PRFoxxx

PRFoxxx

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Anarquia Nossa de Cada Dia

O texto abaixo retrata a cultura da desumanização do trânsito brasileiro e a banalização da vida num contexto onde ser permissivo parece ser o "politicamente correto". No entanto, quando tratamos de VIDA, humanamente correto é viver e deixar que os outros vivam. Não é normal nem aceitável que os números colossais de acidentes, sobremaneira os com vítimas fatais, virem notícia que impacta de um dia para o outro, mas que na semana seguinte já foram esquecidos pois a mídia metralhou a opinião pública com notícias vazias, que não vão mudar nossas (das pessoas pensantes) vidas.
______________________________________________________________
Por Luiz Flávio Gomes

Com um Porsche em alta velocidade (116 km/h) um engenheiro matou uma advogada. E disse: “Estava nos planos de Deus”. O Brasil é um dos campeões mundiais em mortes no trânsito (mais de 42 mil, em 2010).
Montesquieu, Beccaria e todos os iluministas diziam, no século XVIII, que “causas de atos indesejados” são as leis injustas assim como a existência de humanos irracionais, supersticiosos e “não ilustrados”. O que mais existe no Brasil, no entanto, é gente pouco ilustrada (3/4 da população não sabem ler ou escrever ou não entendem o que lê ou não sabem operações matemáticas mínimas – pesquisa Inaf).
As mortes no trânsito, de qualquer modo, são geradas por todos (ilustrados ou não ilustrados). Somos rigorosos e exigentes com o Estado. Cobramos dele duramente o cumprimento dos seus deveres (de fiscalização, de engenharia das estradas, de primeiros socorros e de punição). Mas normalmente descuidamos dos nossos.
Ato típico de povo mal educado para a cidadania, ou seja, muito pouco domesticado (como dizia Nietzsche), independentemente da classe social. Dirigimos depois de beber ou em alta velocidade e atropelamos pedestres e ciclistas nos julgando “ases no volante” e protegidos por forças superiores.
A cultura da irresponsabilidade está impregnada no nosso DNA. Não somos treinados para a prevenção. Não abrimos mão dos nossos prazeres (beber, falar ao celular, correr etc.) para privilegiar nossos deveres de cidadania e convivência coletiva. Estatisticamente, 75% dos acidentes derivam de falhas humanas (destaque para a imprudência e o álcool). Nenhuma morte como “plano de Deus” aparece na estatística.
O brasileiro é pacato (dizem), salvo na direção do veículo, na violência machista, na agressão dos pais contra as crianças, nas ofensas aos idosos, nos estádios de futebol, nas manifestações… O Detran de SP, por exemplo, só investe 0,05% do dinheiro de multas em educação para o trânsito (Folha de S. Paulo de 01.08.12, p. C1). Isso não escandaliza.
Também nós não nos educamos, muitas vezes nem sequer para a vida (do contrário, ¾ da população não seriam analfabetos ou precariamente alfabetizados).
A conscientização, a responsabilidade individual, a noção de cidadania e o respeito ao outro são a solução para menos mortes no trânsito. Quem já alcançou isso? Os países adeptos do capitalismo financeiro evoluído e distributivo (Dinamarca, Coreia do Sul, Noruega, Japão, Canadá etc.). Colhem os bons frutos da educação universal, têm baixíssima violência, trânsito seguro e alta qualidade de vida.
Nos países de capitalismo financeiro selvagem e extrativista, moralmente degenerados, ao contrário, prospera o ignorantismo e a superstição (não a responsabilidade individual, o imperativo dos deveres e o aprimoramento ético). O homo democraticus do século XXI, nesses países, abusa da sua vulgaridade e irresponsabilidade.
Temos ojeriza a obedecer às leis assim como à igualdade no trânsito. Nunca imaginamos que o “vermelho” é “vermelho” para todos (ricos e pobres, pretos ou brancos).
Na nossa cultura hierarquizada, os membros das classes superiores (A e B) se sentem no direito de ter privilégios frente ao sistema legal (DaMatta). Concordamos que os motoristas irresponsáveis sejam punidos severamente, mas não observamos as regras de trânsito (ultrapassamos em lombadas e andamos no acostamento e na contramão).
A possibilidade de um acidente aumenta 23,2 vezes quando se digita uma mensagem ao volante (Valor Econômico de 30.03.12, p. D8): isso é corriqueiro e ainda trafegamos sem cinto de segurança, com luzes queimadas ou freios não revisados.
Observar as leis no Brasil, como se diz, é coisa de gente idiota, tola, inferior, sem relações sociais e sem os capitais distintivos de classe (econômico, salarial, cultural, social, emocional, moral/ético e familiar). Nós, tolos não somos; somos imbecis (muitas vezes).

Luiz Flávio Gomes é jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983)



PRFoxxx