Acenda a luz; alerte-se.
Poderia ser uma luz no fim do túnel, mas é apenas um passo dado no combate a ignorância do pobre brasileiro.
Não é meia-luz, não é farolete, não é farol de milha ou neblina: qual a dificuldade em entender que é "farol baixo", oh aborígenes?
Sim, aborígenes! Que rechaçam qualquer medida que seja (ou pelo menos se tente) em favor do aumento da segurança viária. Que gravam áudio patético para divulgar no Whatsapp com autor se intitulando “ex-comandante de operações de multas e recursos do Estado do Paraná”, que nunca foi e nunca será polícia, pois nem sabe usar termos técnicos/jargão policial; que nunca foi ou não será homem de falar a verdade para o povo, mas se presta a ficar por aí pregando falácias para manipular o já tão pobre (de recursos) brasileiro, que é rei do mimimi no que diz respeito às medidas de combate aos abusos no trânsito.
Pior é que esse tipo de gente ainda acha plateia, acha sósias (vi um vídeo de uma loira metida a polemiquinha no Facebook), que não tem senso crítico e saem difundindo as bravatas.
Enumeremos os argumentos alarmistas do gurizão metido a Zorro do Whatsapp, que tenta derrubar o efeito da nova lei que obriga o uso dos faróis acesos mesmo durante o dia nas rodovias:
1- “Eles inventaram a desculpa que é pra aumentar a segurança, aumentar a visibilidade, mas na verdade não existe nada disso. Nenhum outro país do mundo é obrigatório utilizar os faróis ligados. Pode ver: Alemanha, Estados Unidos, Japão, nenhum é obrigatório usar, ou seja, só aqui no Brasil que é perigoso. Lá nos outros países que têm velocidades ainda maiores não é perigoso”. Ao contrário do que parece, na verdade aqui no Brasil toda medida em prol da segurança é que vira muleta para os infratores. Obrigaram o uso de cinto de segurança: os rebeldes não usam. Obrigaram o uso de capacete de segurança, os rebeldes quando o usam, é vencido e sem a cinta jugular. E por aí vai... para cada conduta reprovável, há sempre um imenso rol de desculpas e argumentos (Leia mais em Desculpêndio e Justificário). Quem disse que em nenhum outro país o uso de luzes de posição ligadas durante o dia é obrigatório? O autor do "áudio-bomba" fez uma revisão bibliográfica no quase 200 países que existem? Não, preferiu lançar isso como uma verdade, considerando inclusive que os "ouvintes" também não o fariam (só pra variar, todo mundo só recebe uma informação sem checar a veracidade, a fonte e a procedência). O paraquedista chega a comparar a república das bananas com Alemanha, EUA e Japão, como se a configuração do trânsito de lá fosse como o daqui, como se os condutores de lá fossem kamikazes como os daqui, como se os veículos de lá tivessem a (in)segurança dos daqui. Ô PQD, talvez você devesse citar, por exemplo, que nesses países, pode até ser que não tenha lei que obrigue o condutor a fazer isso ou aquilo, mas lá os condutores sabem se portar; sabem que todo excesso é condenável e que só há 2 tipos de punição: a morte ou multa/cadeia pesada. Lá eles pensam 1000x antes de infringir as regras pensadas na coletividade. Já aqui, o antro do garantismo, todo bêbado é inocente até que mate inocentes que estavam no lugar errado na hora errada. Todo mundo é "trabalhador e cumpridor dos seus deveres" até que seja arremessado pela janela num capotamento em que não esteja usando o cinto de segurança.
2- “Os radares móveis nas rodovias têm um erro de cerca de 40 a 50% na detecção da alta velocidade. Com os faróis ligados, o farol funciona como uma espécie de ponto de referência pro laser conseguir detectar. Então o erro cai pra 2% ou seja, o faturamento de multa nessa época de crise vai aumentar cerca de 40 a 50%, vai aumentar porque agora vai ser muito difícil deixar escapar algum carro. Esse é o verdadeiro motivo da utilização dos faróis altos”. Mais uma lorota sem tamanho. Há 3 anos recebi capacitação específica e sou operador de radar (Trucam) e com absoluta certeza sei que a detecção do veículo não sofre influência de luz de posição ligada, sobretudo porque o "feixe de Laser" não é dirigido ao ponto iluminado do veículo, mas sim ao seu centro (preferencialmente, pois quem seria o idiota de tentar mirar o farol, que é posicionado nas extremidades do veículo?). Ah, e tem mais: porque um órgão de metrologia aprovaria um equipamento que tem erro instrumental de 40-50%? Pelo amor de Deus, só quem nunca pisou num laboratório de metrologia em universidade acharia que isso é plausível. Só falta agora esse espertão falar que o etilômetro (tão ignorante ele é, chamaria de "bafômetro") também não é um aparelho de medição confiável e tem erro instrumental bizarro como esse que ele inventou. Encerra apelando para a arrecadação (ah, a massa adora rebater fiscalização de trânsito falando em "fábrica de multas", quando na verdade vivemos em um criadouro de infratores). Nesse ponto até que ele tange o palpável, visto que os radares fixos (de instalação e manutenção caras) geralmente estão desativados ou foram destruídos pelos "justiceiros das rodovias". Sim, o radar móvel é tão eficiente que "pega geral": arrecada muito! (Ops, mas não era um equipamento ineficiente, com alta imprecisão???). Arrecada e poupa: poupa cofres públicos quando reduz o índice de acidentes. Reduz os custos sociais dos acidentes de trânsito, logo, se paga rapidamente.
3- “Então divulguem esse áudio da verdadeira sacanagem que é isso daí. Dentro da cidade parece que não é perigoso porque não é obrigatório utilizar os farois ligados. Então dá pra ver aí que é falcatrua isso daí velho”. Precisa dizer qual é o propósito desse infante, senão estar sob os holofotes (ainda que ele não tenha tido a coragem de mostrar a cara)? Mostra mais do que ele realmente queria: ele é tão ingênuo, que não entendeu o propósito da obrigatoriedade: veículo com farol baixo ligado é para ser visto! Por conseguinte, dentro da cidade, onde a perspectiva é absurdamente distinta de uma rodovia, não se faz efetivo o uso da luz de posição durante o dia (até que estudos comprovem o que já se desenha).
Pois bem, leitores. Reflitam mais uma vez se é nessa sociedade de alarmistas que viveremos passivos, sem contestar esse tipo de gente que exerce a anti-cidadania.
PRFoxxx