Não é de hoje que tenho o desejo de escrever sobre o tema, mas hoje aqui em casa, observando um objeto que me traz uma certa memória peculiar, resolvi tocar em um assunto que a todos interessa, seja ele um agente do Estado ou um cidadão comum: policial que joga no time do bandido.
O objeto em questão me remete lá ao ano de 2005, quando fiz minha primeira viagem ao Paraná de modo a acompanhar minha irmã em ocasião de posse/exercício em seu primeiro cargo público. Até aquele estado fomos dirigindo e fiquei de retornar no transporte coletivo; assim o fiz, mas nunca imaginei que aquela viagem marcaria minha vida. Infelizmente (ou felizmente) essa "História de Rodovia" em que fui coadjuvante, teve como protagonista um policial rodoviário (Polícia Militar de SP) e esse anti-herói até hoje me causa tristeza, mas faz com que eu tenha ânimo e coragem para escrever sobre o "lobo em pele de cordeiro".
Eu voltava de Foz do Iguaçu para Brasília em um ônibus de linha regular; passagem devidamente paga! Bagagem acomodada no compartimento inferior, contendo somente algumas poucas peças de roupas e muamba: 2 aparelhos de MP4. Nossa, 2 itens comprados no Paraguay te causaram problema, PRFoxxx? Sim, aqueles 2 aparelhinhos que me custaram uma "fortuna" (o equivalente hoje a R$ 45,00 cada) foram o estopim de um misto entre surpresa e revolta. Como fui um tanto prolixo, farei agora de forma direta a ligação entre o objeto, o autor e o coadjuvante dessa história: PRFoxxx transportava 2 aparelhos eletrônicos de valor ínfimo, legais, declarados na Receita Federal, mas no meio do caminho havia um bandido!
No município de Assis, interior de São Paulo, o ônibus foi abordado aproximadamente às 3:30 horas em um posto de polícia rodoviária, algo normal, visto que a fiscalização deve ser contínua e o fato de ser madrugada não é de forma alguma impedimento para que haja combate ao crime ou fiscalização de trânsito, sobretudo por ser aquele local rota de contrabando e descaminho. Errado está um agente da lei agir contra a lei! Não vou entrar no mérito da questão de discutir doutrina entre as polícias (hoje que conheço a do DPRF e noto diferenças gritantes para outras forças de segurança pública), ainda que eu negligencie o fato de a abordagem e revista em interior de bagagem ter sido executada sem o acompanhamento de um passageiro e o condutor do ônibus; mas o que importa aqui é o desfecho, qual seja: eu tive objeto furtado do interior da bagagem. Quem garantirá que fui somente eu o lesado? Quem poderá dizer o quão prejudicado pode ter sido outro passageiro eventualmente furtado como eu fui?
Com que certeza faço tal denúncia: por eliminação, verificando que durante toda a viagem não houve outra fiscalização com verificação/remoção de bagagem do veículo (ocasião em que seria possível retirar objeto do interior dos volumes), por conseguinte, deduzo que só pode ter sido naquele momento. Quando descobri: somente ao chegar a Brasília, quando ao desembarcar do ônibus notei a bolsa com um dos zíperes abertos e quando retirei a caixa do aparelho eletrônico, observei ter sido furtado junto aos acessórios e documentação.
Surpresa por ver como o ser humano pode ser tão baixo, revoltado por ter sido o provável ladrão justamente aquele que se propõe a combater o crime. Uma incoerência estatal!!! Sinceramente, que faz esse tipo de coisa é capaz de fazer algo muuuito pior, cometer desvios que não se pode imaginar.
Aquele aparelho eletrônico de valor irrisório para alguns, para mim representava o escape da "economia restrita" em que eu vivia (estudante ganhando menos de 1 salário mínimo), que numa oportunidade ímpar de estar no paraíso das compras do Paraguay, não viveu só de passar vontade e adquiriu um sonho de consumo (para alguns pode parecer besteira, mas para quem é fanático por tecnologia, aquilo era o auge). Representou no fim das contas e hoje fazendo essa reflexão, o estopim para estar do lado bom da lei e representar aqueles que anseiam por justiça, pois ainda acredito que o mundo é dos honestos.
Tomara que aquele que me furtou no fatídico dia não volte a prejudicar outros; no fim das contas me fez mais bem do que mal!
Cada coisa que acontece em nossa vida é uma oportunidade de tiramos lições; hoje aquilo só me motiva a fazer mais pelos cidadãos de bem e continuar a dar passos adiante enquanto os indignos caminham para trás rumo ao buraco da vergonha.
PRFoxxx
É meu amigo. Já senti a injustiça policial na pele, durante uma abordagem da PM que me trataram como bandido, mesmo após terem visto que eu não o era.
ResponderExcluirMas você desrespeitou uma regra básica do nosso Brasil de "espertos": jamais levar objetos de valor na bagagem que não seja a bagagem de mão. Infelizmente aqui temos que jogar o jogo dos vagabundos para conseguir pegá-los ou enganá-los.
Grande abraço.
Grande PRFoxxx,
ResponderExcluirNeste seu post nem precisamos comentar muito, visto que sempre existe alguém com alguma história sobre esses "bandidos" e eu fico a imaginar quando estamos desse lado(segurança pública) e chegamos perto de algum "bandido" assim........enfim, as respostas eu suponho, mas um dia saberei melhor responde-las...
Obrigado pelo retorno ao blog.
Abraço!
Owl Road