quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Empata


A história de rodovia de hoje estou contando a pedido da minha esposa, que ao ouvi-la comentou: por que não escreve no Blog Dentro da Viatura?
Vamos lá então explanar um dos inusitados, mas não raros, eventos do tipo na rodovia.

Um ronda despretensiosa

Mentira, nenhuma ronda é despretensiosa. Não saímos para passear de viatura e gastar combustível que é pago com o seu (e meu) rico dinheirinho arrecadado nesse país que tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo.
Se a gente coloca esse uniforme, se equipa e vem trabalhar, é porque devemos no mínimo fazer jus ao (defasado e cada dia mais vergonhoso) salário que recebemos. E assim foi: ronda noturna para cobrir o trecho e "caçar" o ilícito. Ops, parceiro, olha ali atrás daquela moita de capim colonião: um carro parado com gente dentro. Manobra, ilumina, abordagem padrão!

Eis que desce um sujeito de cueca samba-canção enquanto a outra ocupante do veículo, não menos com cara de "empata" se veste no banco traseiro. Equipe procede a abordagem enquanto a passageira desembarca para que possamos fazer a busca minuciosa no interior do veículo, ao passo que o sujeito questionado responde: "o carro é da minha esposa, que não é essa moça que está comigo. Por favor, não fala alto, ela acha que eu sou solteiro". Nessa hora ao mesmo tempo que dá vontade de falar mil coisas, a ética e postura profissional (nível de alerta) não permite e conclui-se o procedimento da forma mais segura dentro do previsto.

Indivíduo embriagado providenciou em 5 minutos um condutor sóbrio para conduzir o veículo e levá-los em segurança até a cidade. Resultado: um veículo com 2 ocupantes retirados de situação de vulnerabilidade na faixa de domínio da rodovia: sim, assim como a abordagem foi policial, poderia ter sido marginal. E foi exatamente por esse motivo é que fomos cumprimentados e recebemos agradecimento ao final da abordagem. Na hora da empolgação a razão perde lugar, mas quando a gente "empata", logo o sujeito se esperta e entende que nossa intervenção ali foi pela sua segurança.
Ponto para a equipe de ronda; para o casal é 0x0.

PRFoxxx

2 comentários:

  1. RS....Boa agente PRFoxxx.....
    Porém, eu te pergunto se no momento da abordagem padrão e pensando que ali podia também ser um criminoso de qualquer espécie e modalidade de crime, nada impediria de fazer-lhe perguntas sobre o carro, quem era a proprietária que consta no documento, onde ela esta, pois estaria sendo ético e mantendo a postura normal,não?...Lembro, apenas uma pergunta de dúvida e já ganhando experiência contigo, Porque penso, que os cidadãos dificilmente dizem : "os guardas são/foram legais..."
    Uma coisa é fato, vamos nos deparar com isso sempre, porém não corriqueiro...rsrs.
    Abração!!!

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    1. Coruja, cada abordagem é uma abordagem. Se os indícios iniciais apontam para coisa diversa, todo o procedimento é moldado de forma diferente, mudando nível de alerta e compatibilizando as ações.

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