domingo, 10 de fevereiro de 2013

Prisão de policiais

Trago hoje um assunto um tanto desconexo das postagens anteriores, mas motivado com alguns fatos recentes, resolvi escrever para fazer umas reflexões e deixar o assunto em pauta: a prisão de policiais.
Em que pese o fato histórico da corrupção dentro das instituições policiais, o que vem ao caso dessa vez é a ocorrência de outros tipos de crimes. Sem fazer juízo de valor, vou pontuar alguns casos e fazer observações que creio pertinentes.

Há relativamente pouco tempo vimos noticiado em rede nacional a prisão de vários PRFs que trabalhavam na unidade operacional de Sta Terezinha de Itaipu, pertencente à Delegacia de Foz do Iguaçu/PR. A prisão fôra realizada por agentes da PRF lotados na corregedoria do Paraná, em conjunto com agentes da co-irmã Polícia Federal. O caso em tela envolveu a prisão ainda de agentes da Receita Federal. Na ocasião veicularam-se imagens dos PRFs algemados, ainda uniformizados, já que o fato se deu em ocasião de plantão. Uma primeira questão para reflexão: até que ponto essa exposição é necessária?
De nenhuma forma quero aqui afirmar que não se deva dar publicidade ao ato, mas sim, que tornou-se uma exposição desnecessária, como se os louros fossem para a PF, que tripudia sobre a desgraça alheia. Ah, não há casos de cometimento de crime lá na casa do "vizinho"? Sim, há e são muitos; porém eles sabem se blindar, ainda mais porque tem um certo prestígio na imprensa (às custas de que ninguém sabe). Considerando ainda que algumas das apreensões da PRF são atribuídas à PF injustamente (pois a sociedade, que desconhece a CF/88 não sabe diferenciar essas 2 polícias), vem uma próxima questão: não está faltando "propaganda institucional" à PRF ou criou-se no Brasil uma cultura de "tirar onda com sucesso alheio" (urubu que come, mas o papagaio leva a fama)?
Vem ainda uma outra questão (dentre as muitas que não vem ao caso detalhar aqui), que é o fato de a PRF ter uma política de não expor as falhas das demais instituições, seja por divergência de doutrina, seja por MEDO de alguns gestores em causar um mal estar com as co-irmãs. Esse caso, especificamente, caberia um só tópico, mas vou aproveitar aqui e citar 2 casos recentes que não ganharam a devida projeção:
1- PRF em MS prende um agente da PF lotado em Rondônia transportando armas (tráfico internacional) e entorpecentes. Uma apreensão/prisão significativa, que se tivesse sido feita pela PF contra um PRF, estaria até em jornais internacionais. Alguém aí viu/ouviu falar disso? Caso negativo, clique aqui e veja a matéria na íntegra.
2- PRF em MT prende agente da PF também lotado em Rodnônia transportando anabolizantes (crime contra a saúde pública) de origem estrangeira para o Brasil. Mais um caso grave que não ganhou a devida repercussão. Clique aqui e leia a matéria na íntegra.

Pois bem, esses 2 casos foram somente para ilustrar o que eu chamo de "medo absurdo" de causar mal estar numa instituição que está c*gando para a nossa, que tem pessoas que não pensam duas vezes em pisar na nossa cara, nos afundando na lama, para obter sucesso. Essa minha crítica não precisa ser alongada para não causar má impressão, uma vez que você que está lendo pode pensar que "quem é esse cara para falar da PF sem conhecê-la?" Ledo engano de quem pensa isso. Assunto encerrado.

PRFs presos por tortura

Agora é hora da navalha que corta a própria carne.
Leio hoje estarrecido a uma notícia de prisão de 2 colegas de farda e que são conhecidos. Um deles chefe da comunicação social, pessoa pública da PRF na nossa regional, conhecido por todo o estado há anos, principalmente por estar ligado à imprensa. Outro, gabaritado instrutor de armamento e tiro do departamento. Não preciso aqui fazer demonstrações de abono/desabono a qualquer um dos dois, mas trago a discussão à tona para que possamos colocar alguns questionamentos:
1- até que ponto a palavra de um bandido tem valor nessa sociedade hipócrita, que está construindo uma identidade distorcida baseada em Direitos Humanos criados para "compensar erros históricos" cometidos pelo braço armado da administração pública de outros tempos?
2- até que ponto o policial/agente da lei deve ir para cumprir seus objetivos?
3- o passado positivo de um policial deve pesar na avaliação de um "erro" no decorrer da atividade?
4- último e mais importante: vale a pena ser policial nesse mundo onde a lei favorece o "bandido" e nos deixa trabalhar no fio da navalha, sendo que a sociedade e a imprensa esperam por qualquer falha nossa para poder tripudiar e descontar toda a sua raiva por viver num mundo não-anárquico, onde ser fiscalizado pela polícia parece um "incômodo"?

Clique aqui e leia a matéria na íntegra.

Tenho para mim todas essas respostas, ainda que para chegar à conclusão de cada uma delas, surjam novas dúvidas filosóficas.
Preparei esse momento reflexão aqui para vocês, que almejam/desejam um dia serem policiais, independente da instituição/força policial.

PRFoxxx

2 comentários:

  1. Esse post é dos mais reflexivos. Não faço parte de nenhuma dessas forças (ainda) mas a tampos carrego essas reflexões.

    De fato, precisamos rever muita coisa.

    Abs,

    @SagaFederal

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  2. Nem precisa falar muito pra quem já acompanha e sabe sobre as instituições policiais....Infelizmente (e como sempre) a mídia faz movimentar a sociedade e o país,inclusive alguns canais sendo muito inclusivo nas decisões políticas da população....
    Parabéns pelo post e que bom mostrar um pouco sobre nossa segurança pública.
    Abraço Foxxx

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