segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O suave caminho da omissão

Não sei porque, me identifiquei com o texto abaixo. Há algum tempo falei sobre jogar a toalha...
Leiam e reflitam!
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"O Diário Oficial desta quinta-feira, 15 de janeiro, publica a expulsão de mais três policiais militares na Paraíba. A sargento Alba e os soldados Rodolfo e João Ramos foram condenados por “tortura”, expulsos da PM e deverão cumprir pena de três anos e seis meses de prisão.
O caso aconteceu em 2006, na cidade de Lagoa Seca. Os policiais teriam “torturado” um acusado de assalto, para que ele passasse mais informações sobre o crime. O processo transcorreu, e agora veio a sentença. São mais três policiais expulsos da corporação sob a mesma acusação.
A situação em tela apresenta duas nuances: a de fato e a de direito. Se formos considerar a letra fria da lei, pouco temos a ‘culpar’ o Judiciário por isso. A lei de tortura é extremamente rígida com os agentes de segurança. Não perdoa. As polícias vão perdendo policiais altamente capacitados e comprometidos em enfrentar criminosos. Infelizmente ou não, a lei não diferencia “cidadão” de “acusado” e de “bandido”. Para a legislação, o tratamento tem que ser um só.
Agora vem o que acontece “de fato”. Os policiais militares são os mais sujeitos a esse tipo de punição, porque pegam o momento ‘quente’ da ocorrência. Estão na rua, efetivamente. Na maioria das vezes são os primeiros a dar de cara com os bandidos. É natural que vez por outra a situação fuja do controle. É crime? Sim. Mas será que vale a pena expulsá-los da corporação? Qual o grau lesivo dessa tortura? Quais as sequelas deixadas na ‘vítima’? Quem eram/são essas vítimas? A lei de tortura não faz essa distinção.
Se a cegueira da Justiça é ou não bom para a sociedade, nós não temos argumentos técnicos para expressar. O que podemos dizer com absoluta certeza é que parte dessa violência desenfreada nas ruas se explica pela expulsão de policiais nessas circunstâncias. A notícia desta quinta-feira já corre os grupos sociais na velocidade da Internet e, quase por unanimidade, a pergunta é uma só: “vale a pena dar o sangue por esta sociedade?”
O sentimento de revolta se multiplica na corporação.  Se a intenção é servir de ‘exemplo’, a punição vai funcionar. Já está funcionando! Cada dia mais, os policiais não se arriscam a “correr atrás de bandido”, pois sabem que podem escorregar na linha tênue da lei de tortura. E perder o emprego que sustenta sua família. Alguém tem noção do que isso significa quando atinge a maioria do efetivo policial?
No filme Tropa de Elite I, uma frase reflete claramente o que queremos dizer: “policial no Brasil ou se corrompe, ou se omite ou vai pra guerra”. Os guerreiros mais exaltados estão tendo a expulsão como resposta. Os corruptos, caladinhos em seu recanto lucrativo, não são incomodados pelas cúpulas. Resultado: brindemos a supremacia dos omissos, que não têm índole para se corromperem, porém perderam a coragem de arriscar o emprego em nome de uma polícia perfeita que no Brasil só funciona na teoria.
É claro que um comandante qualquer ou o secretário de Segurança vai dizer que o “Paraíba em QAP está exagerando”. Os cargos que eles ocupam exigem essa posição, e nós compreendemos perfeitamente. Ouçamos, pois, a versão de quem está na linha de frente.  
E observemos onde isso vai dar.
Paraíba em QAP
O Brasil estará criando um Exército de omissos em pouco tempo."

Autoria desconhecida (recebido por Whatsapp)

PRFoxxx

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