quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Das provas - parte 2

Bom, há 2 dias eu falava das provas e comecei a me alongar no assunto; sabem como é: a memória vem "brotando" e quando vejo já escrevi uma "bíblia" (rs). Para não tornar a leitura cansativa e tentar arranjar as ideias da melhor forma, preferi fazer o relato das provas em 2 etapas e hoje falarei da prova física (TAF - Teste de Aptidão Física),  dos exames médicos e do psicotécnico.
Exames médicos: nesse intervalo de tempo entre o resultado final (após recursos) e o TAF/Psicotécnico, foram lançadas algumas Instruções Normativas regulando as próximas etapas. Começa então a correria para conseguir toda a infinidade de exames médicos/laboratoriais solicitados. Eu, sem plano de saúde, me desdobrei para conseguir uns na rede pública, outros só via "particular" mesmo em função da escassez de tempo. Não tive problemas para conseguir fazer os exames nem algum resultado me preocupou, já que tudo parecia estar dentro da normalidade dentro dos parâmetros definidos nas INs. Realizei todos os exames no DF mesmo e juntei tudo para levar a Cuiabá/MT, uma vez que as próximas etapas do concurso deveriam ser executadas na capital para onde o candidato concorria (acho que eu não havia comentado isso nas postagens anteriores).
Ida para Cuiabá/MT: lá fui eu fazer minha viagem para a "Cidade Verde". Tinha a opção de ir de ônibus (quase 20 horas) e chegar bem exausto ou de avião (pela 1ª vez na vida). Aproveitando que a passagem não estava tão cara e que eu tinha um imprescindível "patrocínio", fui de avião mesmo. Nem cabe aqui contar o "mico" que foi essa 1ª viagem de avião, mas cheguei vivo ao destino.
Na cidade que eu nunca tinha visitado antes, mas que já sabia da fama, eis que logo na saída do avião um dos candidatos (eram muitos nesse voo) fala: "esse calor deve ser da turbina". Claro que não era, é que Cuiabá é quente pra mais de metro! Por essas e outras é que eu andava treinando para o TAF em condições extremas, correndo à tarde em dia ensolarado, com baixa umidade relativa do ar, essas coisas; não esperava nada além de um "inferno" quando fosse fazer a prova.
Em Cuiabá consegui uma situação muito cômoda: a família de uns amigos da minha irmã me receberam e hospedaram, além de terem me fornecido todo o suporte para aqueles dias que eu lá ia passar. Não tenho como agradecê-los!!!
TAF na UFMT: marcado o dia e lá estávamos cedo na área da FEF todos ansiosos, uns convencidos, uns cariocas bocudos, já outros candidatos sérios e concentrados como eu (rs). 1ª Prova foi a flexão de barra. Em função da ordem alfabética fui um dos primeiros a fazer a prova (de certa forma isso é bom porque quebra o gelo). Antes vi uns 2 candidatos não conseguirem executar todas as flexões, não obtendo, por conseguinte, a nota máxima. Isso chega a dar um frio na barriga! Fui lá, subi no banquinho (rs) e alcancei a barra. Nessa hora surge uma força do "além" e o corpo parece não pesar, é incrível o que a adrenalina faz com a gente. Acabei fazendo um movimento a mais do que era necessário para obter a nota máxima, já que o juiz não considerou um dos movimentos de descida completo (sim, conte sempre que você precisará fazer mais do que o mínimo necessário).
Passado o primeiro gelo, a gente ainda fica um tempinho de molho até dar o tempo de ir pra segunda prova (isso mata a gente de ansiedade). 2ª Prova foi a projeção horizontal (salto); e o esperto aqui NÃO TINHA TREINADO, apenas fui na base da confiança e quase me ferrei. Devido ao excesso de confiança, saltei sem técnica alguma e quase perdi o salto, já que um dos pés acabou ficando mais para trás do que o outro, e como o que vale é o ponto mais anterior à marca de saída, quase "rodei" nessa brincadeira. OBS: não subestimem NENHUMA prova!
3ª Prova a natação: agora sim eu estava no meu ambiente. Como nado desde criança, foi fácil completar a marca, ainda mais porque não tinha tempo. Foi bom para dar uma relaxada e uma refrescada no calor escaldante das 10 horas da manhã do típico dia infernal cuiabano.
4ª prova a corrida de 12 minutos: dava vertigem só de olhar praquela "Lua" cuiabana em que correríamos em plena 11 horas da manhã. Agrupados na linha de partida, o coração pulsava a mil quando foi dada a partida. Voltas e mais voltas eu acompanhava no relógio e quando faltavam 2 minutos eu "disparei" rumo à linha de chegada de modo a fazer um pouco além de 2400 metros para "garantir bem garantido" (mínimo era 2000m em 12 minutos - apenas eliminatório). Até aí tudo bem, fiz meus 2450m e fiquei no local esperando o fiscal ir registrar minha marcação; fui o último a sair da pista pois o "esperto" me deixou para ser o último a avaliar (não sei por qual motivo).
O revés: ele nem se aproxima de mim e já dá sinal para que eu deixe a pista, pois minha marcação já estaria confirmada. Não sei o que me deu na cabeça, mas resolvi dar uma olhada na planilha com meus dados antes de ir fazer o exame anti-dopping. Para minha surpresa, eis que na folha estava marcado apenas 2050 metros, ou seja, uma volta a menos do que eu realmente tinha feito. "Ah, mas 2050m significa aprovação do mesmo jeito, já que não é classificatório" foi a frase que eu ouvi de um fiscal quando comecei a reclamar da marcação equivocada. Não importava, trata-se de uma questão de justiça e fui até o fiscal contestar a marcação e ele mostrou-se irredutível: "é o que está marcado e pronto". Recorri então ao coordenador das provas que tão ignorante ou mais, mostrou-se além de irredutível, um ignorante. Falou que caso eu quisesse registrar o fato, que o fizesse em uma folha em branco que ela a encaminharia para o Cespe. Eu, sabedor dos procedimentos-padrão dos fiscais e chefes do Cespe, exigi que fosse consignado em ata própria, o que ele resolveu fazer depois de muito relutar. Sim, eu estava classificado, mas não se pode deixar passar em branco um erro bizarro desse num concurso, por isso achei interessante comentar aqui o ocorrido.
PS: cabe informar que o "olho grande" estava tão sinistro, que 2 dias antes do TAF eu torci o pé esquerdo andando tranquilamente na rua; no dia anterior, torci o direito ao descer do carro. Coincidência? Não, inveja de muita gente que estava ligada à mim (direta e indiretamente, "concorrentes" da net, por exemplo, entenda-se: membros da comunidade Concurso PRF do Orkut), aceitem ou não, eu acredito nisso.
Dia posterior foi a avaliação médica. Pré agendado para grupos de candidatos, lá fomos apresentar os exames a uma junta médica, que faz ainda uma avaliação criteriosa da morfologia e conformidade do candidato (rs). Tudo normal, graças a Deus.
Último dia de provas e provações, lá fomos para o Psicodoido, digo, psicotécnico. É nessa hora que os loucos saem do armário, hahaha, brincadeirinha. Não é nada surreal, mas a expectativa pelas questões e pela "tentativa" de estar dentro do perfil profissiográfico que a instituição exige deixa a gente meio que querendo fazer tudo certinho. Não tem segredo, basta responder o que você realmente pensa/acredita. O que me complicou foi o só o TMV (Teste de Memória Visual), uma vez que minha memória é suficiente para lembrar que já tive memória (rs). Achei que ia "rodar" por causa dele.
Paralelamente a tudo isso acontece a Investigação Social, mas não falo nada, até porque não sei o que acontece nessa etapa; só sei que preenchi uns questionários e anexei alguns documentos e apresentei na sede do DPRF em Brasília.
Com exceção do psicotécnico, eu estava seguro quanto a tudo que tinha acontecido. Voltei a Brasília e fui esperar ansiosamente o resultado final, considerando que algumas pessoas nem tinha ido fazer as provas e que outras teriam sido eliminadas nessa segunda fase, quem sabe eu estaria classificado... Só Deus!
Próximo relato: resultado final e a convocação para o CFP (Curso de Formação Profissional).

PS: Obrigado pela paciência de ler tudo er desculpem se tenho sido prolixo.

PRFoxxx

9 comentários:

  1. Estou acompanhando seus relatos e me animando cada dia mais. Realmente não é uma caminhada normal, mas pra que viver como os normais? rsrsrs

    Obrigado pela dedicação que monta cada postagem.

    Abraço, Allison Vicentini

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  2. Cara, você não existe. Relato show de bola. Não perco um!

    Abração

    @SagaFederal

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  3. Fala Foxxx...
    Estou em QAP sempre e muita coisa.serve de dica e outras para serem lembradas, pois algumas coisas que acontecem achamos que é só conosco, mas vemos que acontecem igual com qualquer pessoa...rs
    Continue com essa motivação e relatos.
    Abraço
    Owl Road

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  4. Obrigado pelos relatos. E quero dizer que não se preocupe com a extenção dos textos, quando é bem escrito e interessante (pra quem gosta claro), sempre acaba rápido.

    No dia do TAF eu estava lá, não fui nem almoçcar naquele dia. Claro que como expectador, não tinha obtido nota para o teste. Pouco tempo de estudo e iniciando no mundo dos concursos não me permitiriam tal façanha.

    Acabei lembrando de um fato ocorrido, um dos candidatos estava com um relógio analógico e pediu emprestado um relógio digital para outros candidatos, que já tinham feito ou iriam fazer a prova de corrida, e ninguém o fez. Como estava perto emprestei o meu e fiquei com o dele, no final ele concluiu a prova como esperado. Não me pergunte o nome, mas lembro apenas do rosto.rsrsrs.

    Eu vi muitos candidatos caírem nos testes, principalmente os que subestimaram o clima cuiabano. E como você se preparou e sentiu na cabeça o sol das 11h, sabe do que estou falando.

    Um grande abraço e fique com Deus.

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  5. Olá PRFoxxx. O que deu desse problema que aconteceu com você na marcação correta no teste de corrida? Essa reclamação via ata própria fez efeito e assim seus 2450m foram homologados em vez de 2005m?

    Valew.

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    Respostas
    1. Não houve nenhuma mudança efetivamente, mas se considerado o fato de o TAF não ser classificatório, essa indiferença não me prejudicou; caso contrário, eu teria ido até o fim por uma simples questão de justiça. Arbitrariedades e erros primários são inaceitáveis em concursos públicos. Não sou do tipo de pessoa que "deixa quieto" e aceita passivamente uma injustiça, por isso fiz questão de registrar em ata para que isso funcionasse como uma salvaguarda em qualquer eventualidade. O seguro morreu de velho (rs).

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    2. Melhor prevenir, sempre. Obrigado pela resposta.

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  6. Bom dia PRFoxxx qual seria sua dica em relação ao Testes psicotécnico esse deve ser um medo que muitos tem em relação a qualquer concurso policial se for possível logico. Obrigado Jefferson.

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