terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Das provas

E chegou o grande dia... Grande mesmo teve que ser o autocontrole para segurar a ansiedade que eu estava para fazer a tão esperada prova teórica do concurso. Já há quase 2 anos esperando somente por essa prova, eis que dessa vez aconteceria, já que agora a entidade promotora do certame seria o Cespe/UnB. Não porque fosse do DF, mas porque eu já conhecia as suas provas, inclusive as do concurso anterior - 2004 - pois trabalhava como fiscal de provas desde 2000 (adorável Cespe que me deu uma boa grana nesses anos e salvou a minha pele). Por já ter um bom "banco de provas" em casa, de certa forma aprendi as peculiaridades da banca; assimilei o modo como as questões eram desenvolvidas e o que se esperava dos candidatos.
Observação: muita gente se dispõe a fazer prova do Cespe e acha que é uma banca qualquer, uma FCC - Fundação Copia e Cola, digo, Fundação Carlos Chagas ou Cesgranrio, por exemplo; não, o Cespe é uma banca/organizadora diferenciada. Inclusive infere-se isso nos editas quando ela se refere a "raciocínio conexo" ou coisas do tipo, mostrando que vai muito além da intelecção básica de uma questão que às vezes privilegia os que tem boa memória (frise-se que inteligência é diferente de memória). O Cespe tem a capacidade de diferenciar o bom candidato inteligente do candidato "bunda quadrada de cursinho", que decorou a letra da lei e não entende o teor da matéria (análogo a um fanático religioso que decora a bílbia e nunca entenderá sua aplicabilidade ou as entrelinhas).
Lá fui eu para o local de provas e vi uma imensidão de gente correndo atrás do mesmo objetivo que eu, não necessariamente meus concorrentes. Falo isso com convicção, pois sei que muitos estavam ali pela oportunidade de um bom emprego, um bom salário, a escala atrativa, o status de andar armado (que é fictício e depois explicarei porque) e ostentar a prerrogativa. Muitos, senão quase que a totalidade, não sonhavam com o emprego, não entendem a missão que é ser PRF; talvez até eu mesmo não soubesse... mas "concorrente" mesmo é a gente, é a nossa preparação. A nossa vaga é conquistada, não especificamente disputada, pois aí vem aquela velha história: "ah, mas são mais de 500 candidatos por vaga... e aí, eu só preciso de uma". Tá aí uma baita verdade, pois se você acredita que aquela vaga é sua, como eu acreditava, as suas limitações sãos seus maiores concorrentes.
Já vi candidato extremamente bem preparado, mas que chega na hora da prova e "dá pra trás", pois está com o conteúdo na ponta da língua, está com bom condicionamento físico, mas o emocional o derruba. Nesse ponto eu estava confiante, pois já tinha feito algumas provas de concurso e sabia que o emocional tinha me prejudicado em várias delas. Tirei a lição e fui fazer a prova da PRF extremamente tranquilo, não levei balinhas, chicletes e demais firulas (fatores de distração para candidatos ansiosos), apenas a caneta e disposição.
Aquela rezadinha básica antes da prova, pois sem Deus nada é possível, e mandei ver naquele "pequeno" caderno de provas de 21 páginas. Ufa, eu nunca tinha feito uma prova tão extensa! E isso se refletiu no tempo gasto: eu nunca tinha entregado uma prova ao tocar do sinal; terminava sempre com pouco tempo e ficava esperando para levar o caderno de provas para casa (e alimentar meu precioso banco de provas).
Não me lembro bem a ordem da resolução, mas sei que deixei matemática/rac. lógico por último, por se tratarem de questões mais trabalhosas. Como tenho péssima memória, farei poucos apontamentos sobre as matérias: Informática estava fácil, bem como português, conhecimentos gerais e trânsito. Em Direito caiu uma questão de Civil (assunto que eu me recusei a estudar, pois acho insuportável tanto quanto contabilidade) que eu chutei e acho até que acertei (rs).
Na prova de redação o ápice: um tema excelente, que "detonou" grande parte dos candidatos que só dão dinheiro pra banca, eis: "O principal problema das megalópoles é a superpopulação?" Aí sim o Cespe mandou bem, pois é de uma complexidade e amplitude incríveis. Engraçado foi ver uns "candidatos bundas quadradas" saírem da prova falando que no Brasil não existem megalópoles, portanto, não tinham como discorrer sobre o tema. Achei hilário!!!
No fim das contas a prova foi bem desgastante; não saí tão confiante como eu esperava, mas agora estava nas mãos de Deus.
Esperando por quase 2 meses e vidrado nos diversos fóruns de internet, cada um com mais terroristas que os outros, eis que num belo dia de Outubro/2008, viajando de metrô, recebo uma ligação da minha "irmãtrocínio" falando que eu tinha passado (e ela não, infelizmente), que estava classificado entre 160º e 170º (para 141 vagas). Mistura de alegria com "medo", fiquei sem reação na hora, com os olhos lacrimejando (mas me contendo para não pagar mico no metrô) e pensando mil coisas. Chegar em casa rápido naquele dia era o que eu mais queria para poder compartilhar o momento com a pessoa mais importante da minha vida, minha mãe.
Aí o leitor pergunta: mas como tanta empolgação, se estava fora das vagas? Simples: eu sabia que desses "vinte e poucos" na minha frente, uns haveriam de "cair" no TAF, ou exames médicos ou ainda no psicotécnico, como é fato em vários concursos desse tipo (é estatística!!!). Minhas chances de entrar eram reais e eu sabia que estava capacitado a passar no TAF e exames médicos, no psico nem tanto (brincadeirinha).
Por hoje é só. Em breve o relato da ida para Cuiabá/MT para realização do TAF, Médico e Psicotécnico, pois o texto já está grande demais.



PRFoxxx

6 comentários:

  1. Preciosas informações!! Muito bom! Agora, fiquei curioso quanto à questão de andar armado ser fictício, o que está envolvido com esse tema, etc. Inclusive conheço muita gente que só quer ser polícia por causa disso. Abs!

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  2. Acaba de passar um filme na minha cabeça. Passei exatamente por tudo isso. Salvo o resultado final. Fiquei por 2 questões. Nossa... fortes emoções agora.

    @SagaFederal

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  3. Olá P.R.Foxxx. Tudo bem?

    Foxxx, sei que está um tanto quanto atarefado, mas, por gentileza, se possível teria como disponibilizar a vista do caderno de texto definitivo da redação que você fez nesse concurso ou o rascunho?

    Qual nota você tirou na redação?

    Pesquisei se em alguma postagem do outro site (http://poyze.blogspot.com.br/) havia informação sobre isso, mas não consegui localizar.

    Tomara que você esteja se dando bem na função de chefia.

    Agradeço desde já pela atenção e por mais essa possível ajuda uma vez que as informações do site são sempre uma ajuda paralela.

    Abraço.

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    1. Desculpe a sumida, Tipão. Eu não tenho mais o caderno de provas. Eu tirei 18 em 20 na redação; achei que tinha sido um "notão", mas depois que fui ver com os colegas de CFP, classificados na 1ª chamada, geral tinha tirado de 18 pra cima, predominantemente 20, ou seja, fui "rabeira" dentre os classificados.

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    2. Sem problemas Foxxx!

      No caso, se foi ou não de rabeira, o importante foi entrar.

      Obrigado pela resposta.

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