O sol nasce para todos, mas só brilha para poucos... já dizia Gabriel, o Pensador!
Não existe (ou não deveria existir) frase mais óbvia na cabeça de qualquer concurseiro. Alguém que não sabe pensar assim, não deveria ter a audácia de começar a estudar, pois correrá sérios riscos de perder tempo/dinheiro ou se frustrar absurdamente.
Concurso não é para quem quer, é para quem está disposto a ocupar um cargo público para servir a sociedade. Costumo falar que quem pensa só no dinheiro ou no status, está fadado ao fracasso; não posso ignorar que, apesar disso ser uma regra, infelizmente há exceções. Dessas exceções prefiro nem tratar agora, pois atribuo a elas todo o estigma do serviço público, que é o estereotipado "funcionário público", coçador de saco, encosto, estorvo, e quaisquer outras características ruins que você possa pensar. (desculpem o linguajar de baixo calão, mas sejamos realistas)
A esse tipo, prefiro deixar o meu desprezo, pois não compensa gastar vela boa com defunto ruim.
Sobre os que se dispõe a ocupar um cargo/função pública por convicção, altruísmo ou ideologia, todo o meu respeito, pois não é fácil para uma pessoa que estudou uma vida inteira, de repente se prestar a exercer um ofício muitas vezes ingrato, ou ainda que carregue um ranço histórico de "trabalho sinônimo de ineficiência", como é o serviço público. Abra-se um parêntese: quem disse que na iniciativa privada tudo ocorre dentro dos conformes? Quem demonstrará que uma estrutura enxuta de uma empresa, por exemplo, de 50 funcionários terá maior índice de eficiência do que a máquina pública colossal de um país continental como o Brasil? É querer demais que o serviço público, sobremaneira o federal, funcione a contento, uma vez que ele é feito por gente; gente que é boa ou ruim de serviço, onde quer que ela trabalhe.
Tende-se a criar uma expectativa de que todo servidor público é, de certa forma, diferenciado, uma vez que para ser efetivo, deverá obrigatoriamente ter passado por um rigoroso teste, que é o concurso público. Aí que vem o X da questão: passar em concurso não é necessariamente uma tarefa completada pelos melhores profissionais ou pelos mais inteligentes. 1º: porque nem todos os "melhores profissionais" tem interesse no serviço público em função dos rendimentos fixos, geralmente menores do que os da iniciativa privada. 2º porque nem todos os mais inteligentes saberão como passar numa prova.
Entrar num certame é mais do que pagar a inscrição e comparecer no dia da prova. Costumo dizer que é como na auto escola: ser aprovado no teste de direção não é garantia de saber dirigir, pois isso só se aprende com o passar do tempo, vivendo, praticando. Passar no concurso é saber como fazer a prova, é conhecer a banca, é saber quais são os propósitos dos examinadores, é não cair nos "peguinhas"!
Dominar o conteúdo não basta. Ter habilidades diversas, cultura ampla, ser aplicado nos estudos, ter preparo psicológico e estar bem fisicamente na ocasião de realização da prova são requisitos cruciais na aprovação. Muito além disso, várias outras características são essenciais na tarefa e não tenho propriedade para discorrer sobre elas, mas posso afirmar que de um universo de atributos essenciais ao concurseiro, poucos tem sido trabalhados a contento por uma pequena parte dos candidatos e é isso que tem levado à aprovação dos nem sempre "melhores" para ocupar os cargos. O que quero dizer com isso? O candidato pode se sentir apto para o cargo, imaginar que "nasceu para aquilo", mas na hora H, quem preencherá a vaga é um concorrente não tão "apto" para a função, mas que foi melhor no que se propôs: fez prova melhor e "ganhou" a vaga!
Trazendo para o caso concreto, obviamente que ninguém nasce com o dom de ser polícia, mas no dia-a-dia a gente vê quem "serve para o trabalho" e quem não tem muita aptidão para a coisa. Habilidades se desenvolvem, mas estar afinado com o ritmo do trabalho e execução da atividade não é para todos. Os que não são muito "afins" com a tarefa, certamente não serão rejeitados ou mesmo menosprezados, mas se pudéssemos ter um quadro efetivo composto só com policiais de verdade¹, talvez funcionássemos melhor como órgão, ou melhor, otimizássemos a prestação de serviço para a sociedade. Com um pouquinho mais de presunção: fôssemos exemplo para outros órgãos...
Por fim, o que digo sempre: se quer entrar pelo dinheiro ou pelo status de portar uma carteira funcional e andar armado, sugiro que nem tente. A PRF precisa de policiais, não de atores ou personagens de Fantástico Mundo de Bob. Serviço policial é realidade; ao mesmo tempo que é vida, pode ser morte; com isso não se brinca. Andar armado e lidar com trânsito/criminalidade, exige pés no chão, coragem e disciplina.
|
Aviação PRF/DOA Divisão de Operações Aéreas - Brasília/DF |
___________________________________________________________________________
¹ - Policiais de verdade: esqueça o "Rambo". Para mim quem
executa a tarefa prezando pela sua segurança e da equipe, sem ostentar
um rótulo ou carregar brevês pendurados no uniforme, trabalhando com
humildade e eficiência é um policial de verdade.
PRFoxxx