quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Concurso PRF 2013: considerações sobre a prova

Prezados leitores, com muita satisfação (e demora) farei as minhas apreciações acerca das Provas Objetiva e Discursiva do Concurso para provimento de cargo efetivo da Polícia Rodoviária Federal 2013.

Inicialmente é interessante destacar o profissionalismo e o elevado nível técnico com que são realizados os Concursos promovidos pelo Cespe/UnB. Sou suspeito para falar, pois durante toda a minha graduação na Universidade de Brasília trabalhei como fiscal/chefe de provas nos certames promovidos por essa instituição, que fornece treinamento/capacitação de modo a minimizar ou eliminar eventuais falhas na aplicação das provas, que poderiam vir a causar a anulação do concurso, como vemos comumente por aí quando da aplicação por instituições "amadoras", que nem "copiar" um modelo de sucesso sabem...

Mas indo direto ao ponto, resolvi baixar a prova hoje e resolvê-la para poder tratar do assunto com propriedade, pois sou arguido frequentemente por concurseiros. Sobre essas arguições, desde o dia da prova ouvi/li muitos comentários acerca da atipicidade da prova, sobretudo no que se refere à superficialidade com que foi tratado o assunto trânsito, inclusive esses questionamentos foram levantados internamente, nos fóruns de discussão. Fundamentam-se no fato de que a Polícia Rodoviária Federal é originariamente uma polícia de trânsito, e que dele origina-se o amplo leque de atribuições do cargo de PRF, como atendimento de acidentes, combate a criminalidade e etc.
Assim sendo, presumia-se que questões relativas ao Código de Trânsito Brasileiro - CTB fossem a temática da prova; cheguei a acreditar inclusive que cairiam Resoluções do Contran (interpretação minha do edital), mas aconteceu exatamente o contrário; caiu praticamente nada desse conteúdo "manjado" que vinha sendo "triturado" pelos concurseiros que visavam a PRF desde os 2 últimos concursos (2008 e 2012). Ainda pior, caiu conteúdo em comum com outras provas, dentro do trivial de concursos como PF e Depen, favorecendo, dessa forma, quem estava com conteúdo de Direitos Penal, Constitucional, Administrativo e Direitos Humanos saturado, caindo por terra a suposta "vantagem" daqueles que já vinham focando a PRF há tempos. Nem o maior dos pessimistas poderia acreditar numa prova para a PRF que não tivesse "cara de prova da PRF".

Considerada essa configuração de prova que "derrubou" muitos candidatos, me atrevi hoje a imprimir e resolver o caderno de provas disponibilizado no sítio do Cespe. Aí pensei: "farei como muita gente fez nessa prova (por não saber lidar com o Cespe), resolverei todo o caderno, mesmo tendo que chutar tudo; verei no que dá". Por que eu fiz isso? Para me nivelar por baixo; para ter um parâmetro inferior, como se um "concurseiro paraquedista" fosse; a partir daí poderia ter um norte para avaliar o porquê de tanta gente conhecida ter ido tão mal. Ora, se eu que não estudei NADA obtive um resultado "X", é quase que inadmissível um concurseiro médio ter tirado nota inferior à minha. Não, não estou delirando nem tampouco dizendo que sou inteligente, muito pelo contrário; na condição atual, eu me usei como parâmetro inferior como o mínimo plausível para avaliar quem já está no ritmo de estudos desse e de outros concursos. Sendo mais objetivo: eu não esperava nada além de o pior de mim ao resolver essa prova no estilo "cavalo doido", gastando 45 minutos como gastei ou sem estar com condicionamento psicológico como estive. Só uma coisa pesou a favor: já sou PRF e não tenho a pressão que todos vocês podem ter enfrentado ao sentar naquela cadeira e abrir o caderno de provas.

Bem, vamos aos resultados:

Conhecimentos Básicos (50 Q.): Acertos = 39 | Erros = 11 | Total = 28
Conhecimentos Específicos (70 Q.): Acertos = 47 | Erros = 23 | Total = 24

Pontuação Total Líquida: 52 Pontos em 120 questões, o que corresponde a 43,33%

Minha avaliação:

Fraquíssimo! Medíocre! Vergonhoso! Não é demérito algum admitir um fracasso, portanto, candidatos, reconhecer a falha é o primeiro passo. O segundo é trabalhar em cima dessas falhas e o terceiro é tentar novamente, até passar!
Eu posso tranquilamente avaliar minhas falhas aqui agora na resolução destas provas, mas apontá-las não corresponderia a realidade de vocês, que estão em situação totalmente distinta da minha.
Sinceramente, ainda estou me perguntando como alguns candidatos que conheço tiraram nota inferior à minha, mesmo estando na rotina de estudos há meses, anos...
O fato de não ter caído questões sobre CTB pesa muito para aqueles que já vinham nessa linha, mas o fato de terem se "especializado" em trânsito além de não servir de desculpa, só prova (por eliminação) que não estavam entre os mais regulares, que dominavam o conteúdo de forma geral.
Senhoras e senhores, desculpem o tom sério e contundente, mas a realidade dói! Nem só de trânsito vive um PRF; deve ser por isso que as diretrizes para confecção da prova apontaram para a superficial cobrança do conteúdo trânsito e aprofundamento em assuntos como Direitos Humanos e Ética no Serviço Público. A PRF está mudando de cara, ganha espaço a cada dia como Polícia Ostensiva em nível federal... é para frente que se caminha.

Nessa ótica, desejo a todos os futuros colegas, que não passaram neste, mas passarão num próximo concurso, que não desanimem. Cada tropeço é uma oportunidade de aprender e crescer. Só não alcança o objetivo quem para no meio do caminho; parar no meio do caminho na vida de concursos quer dizer perder tudo o que já foi feito, o que é inadmissível para quem se presta a ser um servidor da PRF.

Saudações federais.


PRFoxxx

2 comentários:

  1. De fato, essa prova surpreendeu negativamente quem já vinha há anos se preparando com afinco. A ausência das Resoluções do Contran no edital foi, sem dúvida, o fator que mais "perplexou" os aspirantes. A PRF é a futura Polícia Ostensiva da União, quem viver, verá.

    ResponderExcluir